domingo, 28 de fevereiro de 2010

TOP 10 - AS MELHORES MÚSICAS DO ROCK NACIONAL - ANOS 80/90

Vejam bem; eu não estou aqui julgando músicas boas, simplesmente. Eu estou elegendo as melhores das melhores. As 10 maiores obras de arte do Rock Nacional.

Irei usar como critério a letra, a música como ela é tocada (melodia e instrumentalização), a junção e o encaixe das duas coisas. Digo o encaixe letra/melodia porque existem músicas com uma melodia maravilhosa, mas a letra não é tão boa assim. E vice - versa.
Vamos lá:

10º LUGAR - GITA (Raul seixas / Paulo Coelho)

Já começei o post fazendo merda. Essa música é dos anos 70, não dos anos 80/90. Mas ela não poderia ficar de fora. A letra dela fala de Deus. Mais precisamente, fala de Deus conversando com o ser Humano O Homem, sempre repleto de medos, dúvidas, aspirações e incertezas. E sempre cobrando uma resposta diretas de Deus para os problemas que nos afligem. Então, essa música é como se fosse Deus respondendo ao homem.

"Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado..."

"Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim..."

GENIAL!!! O Raul era foda!
Além da letra, o clima e a instrumentalização da música têm tudo a ver com a letra e o tema.

9º LUGAR - FAZ PARTE DO MEU SHOW (Cazuza)

Cazuza, já bem baqueado por causa da AIDS, tocando Bossa Nova. Perfeito. A melodia dessa música é única. Arranjos perfeitos, voz perfeitamente equilibrada. E TINHA que ser o Cazuza a cantar essa música. Só ele. A voz dele é perfeita pra melodia e pro tema da letra. E a letra também é muito boa. Ele fala de amor de uma forma bem trivial e, ao mesmo tempo, poética e profunda. Uma junção perfeita.

8º LUGAR - FAROESTE CABOCLO (Renato Russo - Legião Urbana)

Imagine. Tente fazer uma música de 10 minutos que aborda a história de um cara pobre (classe baixa), negro, que cresce em uma sociedade desigual e, no final, vira um santo. Parece fácil, né? Agora tente encaixar uma letra de três páginas abordando isso tudo, amarrando a história toda, desde a infância do cara até o clímax, com a morte do personagem e a redenção de todos (algo que nos remete a Jesus Cristo). Agora ponha tudo isso em uma melodia de mais de 10 minutos de música, onde a música vai virando, pára, vai virando, ganha ritmo, faz a emoção de quem a acompanha aumentar e chega ao final fazendo quem a ouve ficar realmente emocionado.

Cara, o Renato era uma bicha meio nojenta. O Cazuza era mais, é verdade, mas todo viado que faz sucesso é meio chato. Mas tente ouvir essa música um dia desses, sozinho(a), prestando bem atenção em cada detalhe. Aí você vai ver a genialidade o cara. E olha que ele fez essa música com menos de vinte anos de idade. Com vinte anos de idade, eu JAMAIS faria algo assim tão bom. NUNCA!!! Até hoje, aliás.

7º LUGAR - DOWN EM MIM (Cazuza)

Essa música é a fossa. A fossa total. O Cazuza tava morrendo, e ele sabia disso. É o cara que tá na fossa mesmo. Imagina. E só quem já esteve tão na fossa quanto ele é que pode ser capaz de ver o quanto essa música é uma obra prima do rock nacional. E não é simplesmente estar triste, não. É estar na fossa mesmo. Acabado. Perto de se matar; perto de morrer por dentro. Porque só quem já esteve tão fudido assim, tão no fundo do poço, é que consegue ouvir essa música e é capaz de sentir a profundidade do que ela passa. E, por isso mesmo, eu sei muito bem do que se fala aqui.

É um Rock com levada blues. E o Cazuza canta com a voz rasgada, arrastada. Como se estivesse de ressaca. As guitarras te arrastam pra fossa. E arrastam muito bem. A voz do Agenor também. E a letra então...

"E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
À versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down..."

Poucas músicas conseguem te levar a sentir o que ela quer passar com tanta genialidade. Essa é uma delas.

6º LUGAR - BUSCA VIDA (Herbert Viana - Paralamas do Sucesso)

Música de 1996, do CD Nove Luas. É uma música que contrapõe materialidade e sentimento. E a melodia dela é perfeita pra isso. Prefeita mesmo. Até a voz do Herbert (que é meio desafinado) tá perfeita aqui. As guitarras, o baixo, o coro de vozes... tudo perfeito. Na minha opinião, a melhor música dos Paralamas (juntando tudo, letra, arranjos... e de um ponto de vista crítico).

5º LUGAR - QUASE UM SEGUNDO (Paralamas do Sucesso - Versão do Cazuza)

Essa música é de 1981, do primeiro disco do Paralams, eu acho (me corrijam nos comentários se eu estiver errado). A música, do Herbert Viana, por si só, já era boa. Tinha uma letra excepcional. Aí o Cazuza resolveu regravar. E aloprou. Com uma voz perfeita pro clima da letra, ele colocou arranjos de guitarras que retetem ao jazz e ao blues. E a guitarra é maravilhosamente bem tocada, acompanhada de um piano. E ficou perfeito. Todo o clima da mísica ficou perfeito com a letra. Nota 10.

4º LUGAR - EU QUE NÃO AMO VOCÊ (Humberto Gessinger - Engenheiros do Hawaii)

Música de 1999, do CD Tchau Radar! Quando o Humberto Gessinger ainda tinha alguma coisa pra dar. Saca só uma parte da letra:

"Eu que não fumo, queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais
Nesse último mês
Eu que não bebo, pedi um conhaque
Pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta
Que você deixou aberta ao sair..."

Primeiro, eu achava que era uma letrinha bem literal. Nada de muito profundo. Aí então, um dia, veio a Luz. É uma letra irônica!!!
É como se o cara estivesse falando: "Tá vendo só? Eu, que não te amava, foi quem ficou fudido no final. E foi você quem foi embora." É a história de alguém que vivia cobrando amor do cara mas, no final das contas, quem foi embora não foi ele. Foi a outra pessoa. No final das contas, foi fácil pra ELA ir embora, e quem quem ficou na fossa foi ele. Deu pra entender? É uma letra dúbia. Se for ouvir de uma forma literal, você passa batido.

E é também extremamente bem tocada e cantada. A Voz, a guitarra, o baixo... tudo perfeito. Principalmente o acompanhamento dos teclados, feitos pelo Lúcio Dorfman, um tecladista novato na poir formação que os Engenheiros tiveram.

3º LUGAR - REFRÃO DE BOLERO (Humberto Gessinger - Engenheiros do Hawaii)

A música é de 1986, do segundo disco dos engenheiros. O melhor disco deles, aliás. essa música só fez sucesso nas rádios quatro anos depois, em 1990, quando os engenheiros estouraram no Brasil inteiro com O Papa é Pop. A versão de estúdio, original, é a única que presta. Esqueça o resto.

A letra fala de um cara que se apaixona por alguém que não vale a pena. E ele sabe disso mas mesmo assim, não consegue deixar de amá-la. E ele continua nessa dependência. É quase um vício. E ele é sincero como não se pode ser. E o cara vive na fossa por isso, mas não consegue largar o vício. E se revolta com isso, mas não consegue parar. Isso acontece, às vezes, na vida real. E, se o cara não tiver muita força de vontade, acaba derrotado (ou viciado, dependente), como acontece aqui.
A voz do Humberto está perfeita aqui. Mas o melhor dessa música são as guitarras. O Augusto Licks, que pra mim é o melhor guitarrista de todos os tempos do Rock Nacional, faz miséria nessa música. A guitarra começa bem arrastada, bem de fundo. Quase como um efeito de microfonia. Quase uma ambientação de um bar. Um bar não; um puteiro na Argentina. Que toca bolero, é lógico. A mísica vai assim por um bom tempo. Guitarra arrastada ao fundo. Microfonia. Ecos. E, no fim, a guitarra explode e o que se vê é, simplesmente, o melhor solo de guitarra de todos os tempos em uma música de rock nacional.

Genial.

2º LUGAR - ÍNDIOS (Renato Russo - Legião Urbana)

Lá pelos idos de 1986 o Renato Russo, com seus vinte anos de idade, entrou no seu quarto, passou dois dias trancado, e, ao sair de lá, com os pulsos cortados e sangrando, ele havia concebido essa obra-prima do Rock Nacional. Faz parte do segundo disco da Legião. E o Renato já mostrava uma genialidade e maturidade musical surpreendente.
A letra fala da perda da inocência. A perda da inocência pra amar, diante de um mundo tão frio.
A voz do Renato, sem comentários. Pode reparar que ele, em toda a sua carreira musical não desafina e nem perde o tom da música. E ela também é muito bem acompanhada. E olha que a Legião mal tinha saído da garagem.

1º LUGAR - CAMILA, CAMILA (Thedy corrêa - Nenhum de Nós)

Música do primeiro disco, de 1987, dessa banda gaúcha que, pra mim, deveria ter tocado muito mais nas rádios do país.
A letra fala de uma mulher que foi violentada. E o pior, foi violentada por alguém muito próximo, e que ela amava.
A Música passa, de forma magistral, toda a vergonha, a revolta... E o Thedy Corrêa (vocalista do nenhum) grita, e dá vontade de chorar. Dá até pra se imaginar na situação. A Angústia; a dor; a revolta; a humilhação...

União perfeita de sentimentos, letra e música.

Uma verdadeira obra de arte.


MUITO BEM; ESSA FOI A MINHA LISTA DAS MELHORES MÚSICAS DO ROCK NACIONAL ANOS 80/90. E, SE VOCÊ NÃO CONHECE PELO MENOS A METADE DESSAS MÚSICAS, ENTÃO PÁRA DE SER UM(A) INÚTIL, DESLIGA UM POUCO A TELEVISÃO, PÁRA DE OUVIR IMUNDÍCIES TIPO FRESNO E NX ZERO E VÁ ATRÁS DE MÚSICAS REALMENTE BOAS. ESSAS SIM SÃO MÚSICAS QUE NOS MOSTRAM O QUE É O ROCK DE VERDADE.

Ah; e se você gosta de forró, Funk, Axé e Tecno Brega, por favor, saia do meu Blog agoira mesmo. Eu disse AGORA, porra!!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

REMAKE DE TUBARÃO?!? vai dar merda...


ois é, macacada... Como se já não bastasse a onda de remakes malditos, depois dessa porra de Avatar tudo quanto é filme é sempre cogitado pra sair em 3D, e o melhor filme de Steven Spielberg, Tubarão, deve ser o próximo da lista...

O Cinemablend recebeu uma informação de uma fonte de dentro da Universal que uma nova versão de Tubarão está em avançado estágio de pré-produção... A intenção seria readaptar a velha história do oceanógrafo, o Xerife e um velho pescador fodão indo à caça de um tubas assassino gigantesco, aos novos tempos massa véio, e tudo, é claro, recheado de 3D.

Até mesmo um ator já está cotado pro papel de Matt Hooper (Richard Dreyfuss no filme de 1975), seria o afro-ator e comediante Tracy Morgan...

O que eu acho? Caras, Tubarão é um filme foda, eu não me canso de vê-lo em DVD, e acho aquele Tubarão de borracha muito mais assustador do que qualquer tubarão digital... em compensação, os outros filmes da série "Tubarão" ( tirando o Tubarão dois, que é mais ou menos) são uma lástima; deveriam esquecer o pobre coitado...

Mas se vão mesmo remakear, o que isso significa? que teremos um tubarão digital num filminho cheio de sustinhos bobos e cenas exageradamente sem nexo, tipo aquela bomba chamada Do Fundo do Mar, como o Thomas Jane e o Samuel L. Jackson onde temos uma das cenas mais idiotas já vistas na história do cinema, onde um tubarão usa uma maca COM UM CARA AMARRADO NELA pra quebrar uma vidraça!

Pra falar a verdade, sempre imaginei um filme mostrando a história contada pelo personagem de Robert Shaw no primeiro Tubarão, onde ele contao perrengue passado pelos marinheiros que transportaram secretamente as bombas nucleares da Segunda Guerra Mundial, quando o navio que estavam, USS Indianapolis, afundou e dos 1.200 cabras que ficaram á deriva por CINCO DIAS no mar, só 300 sobreviveram, o resto foi comido pro Tubarões...

5 dias de carnificina em alto mar, isso sim daria um filme foda, mas tinha que ser feito por um cara meio demente, tipo o Eli Roth ou o Rob Zombie.